25 suicídios cariocas - Cobertura do lançamento

Ontem (25/02), foi realizado o lançamento do novo livro de Bruno da Cunha: 25 suicídios cariocas, a ASTCERJ esteve presente no lançamento fazendo a cobertura. Também fizemos uma rápida entrevista que você confere aqui embaixo!

 

ASTCERJ - Em que você se inspirou para escrever essa obra?

Bruno - É uma obra para o Rio, não tenho dúvidas disso. E o tema suicídio, embora, mais transversal do que central, é muito encantador para mim: margeia a coragem e a covardia. Mas o Rio é anterior ao suicídio em minha inspiração. O Rio me adotou, sempre fui muito apaixonado pelo Rio. Fui uma criança Portelense e Vascaína, nascida na Amazônia, em Belém. Um pouco estranho isso, senão, bastante estranho. Algum estudioso dos espíritos talvez possa falar com muita naturalidade que isso é normal, para mim não era. Eu sempre senti uma necessidade muito grande de vir morar no Rio. Essa necessidade foi sanada, mas o Rio vai nos mostrando tantas coisas, que começa a criar lacunas, e uma delas foi preenchida com esse livro.

ASTCERJ - E como foi o seu processo criativo? Existia algum "ritual"? Algo para te inspirar, ou era tudo de forma natural?

Bruno - Eu vou falar do primeiro conto chamado " É hoje", ou "É hoje, o dia", não lembro ao certo. Comecei a escrever e não sabia que estava escrevendo um livro sobre suicídio ou sobre o Rio de Janeiro, juro que não sabia. Quando eu terminei aquele conto, que poderia ser enviado por e-mail para algum colega ler eu pensei: acho que dá para escrever um livro sobre Rio de Janeiro e suicídio. Mais ou menos isso. E disse: Vou tentar fazer um conto com cada letra do alfabeto. E eu fiz de A-Z, abortando K, Y, W. Apesar de, no livro, estarem apresentados na ordem alfabética, eles não foram criados assim. O pior nessa questão, é que iniciei com liberdade, depois, quando eu percebia que estava faltando a letra, eu tinha que começar um título com ela, ou então pensar num tema que tivesse haver com a proposta da letra. E um dos contos que mais me emocionei e me emociono, ainda é "Jura?". Sempre que o releio me emociono, talvez mais do que com qualquer outra produção minha. E ele foi um dos últimos a ser criado. Não sei se respondi exatamente sua pergunta, mas te falei alguns fatos sobre a criação.

ASTCERJ - Sabemos que além de escritor, você é compositor também. Tem ideia de quantas músicas tem sobre sua autoria? E qual a sua, ou suas favoritas?

Bruno - Quase todas são especiais. Eu tenho cadastradas na União Brasileira de Compositores mais de 150. Eu acho que tem umas 50 com menor qualidade, e sabe, essas que ainda não foram cadastradas são aqueles filhos que repetem de ano, meio tolo - esse aqui eu não vou apresentar para ninguém - Meu amor é só para ele não tem que subir em palco nenhum. Mais ou menos isso. (disse em tom de brincadeira)

ASTCERJ - Você já tem previsão para outro livro? Se tem, já sabe qual a abordagem, a temática?

Bruno - Eu tenho um livro já escrito: "Três Corações Para Mariana". Uma homenagem ao povo mineiro, no título tem o nome de duas cidades mineiras: Três Corações e Mariana. Nesse momento, estou numa certa ansiedade, fui muito bem recebido pelos jornalistas, pelo Chico Pinheiro: gaúcho de nascimento, mineiro por adoção e eu: paraense por nascimento e carioca por adoção, então, faço uma analogia entre nós. A obra está nas mãos dele, inclusive, o convidei para ser o prefaciador, se ele gostar, claro. Se não gostar não haverá mágoa nem frustração: juro que não. Mas se ele aceitar o convite vou ficar muito feliz e honrado. Essa obra é um livro muito maior, também de contos, mas todos voltados a homenagear os mais de 800 municípios mineiros. Também me cerceei dentro de uma proposta, então, me obriguei a colocar todos esses municípios no livro. Uma hora vai sair!

ASTCERJ - Como os associados e outras pessoas podem ter acesso as suas obras?

Bruno - Eu não tenho editora, me valho de uma plataforma digital chamada www.perse.com.br. Uma dica do Pedro Alcântara, também associado e um amigo, que, inclusive, prefaciou meu primeiro livro: "10 andares", que eu fiz nessa plataforma. Ele sabia que eu gostava de escrever e me recomendou o site. O interessante é que para quem gosta de escrever é que você pode colocar seu texto, contratar serviços do site como capa, revisão, ou pode colocar sua própria capa. É um site muito interessante. É um ótimo meio para quem não tem tempo de ficar negociando uma escritora, levar bonecas, não dá para eu fazer isso. De casa com meu arquivo feito, apresento a documentação, eu tenho a formatação do livro e ele entra na pauta de venda do próprio site. Eu não sou um escritor, sou um servidor público estadual que infelizmente ainda usa esse quinhão da arte como hobby. Queria poder realmente ganhar a vida com a arte, mas sem tempo para isso, a plataforma é uma alternativa muito interessante para mim.

ASTCERJ - A disponibilidade da obra se dá por livro físico e e-book?

 Bruno - Digital e físico.

 

 

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