Por Rafael Valesi Editor de Esportes Olímpicos
Acompanhar e fiscalizar obras públicas sempre foi algo distante do cidadão comum no Brasil. Este tipo de trabalho é tido como uma coisa chata, burocrática, cheia de termos técnicos em relatórios longos e cansativos. E não deixa de ser verdade. Mas uma iniciativa que precisa ser elogiada e espalhada vai tentar traduzir para o leigo interessado em monitorar as obras da Olimpíada do Rio de Janeiro, em 2016, esse mundo complexo.
Trata-se do site Fiscaliza Rio 2016 (www.fiscalizario2016.gov.br) lançado na última semana no Rio de Janeiro. A página trará informações detalhadas do trabalho que o Tribunal de Contas da União (TCU), do Estado (TCE-RJ) e do Município do Rio de Janeiro (TCM-RJ) fará em relação à fiscalização das obras destinadas à Rio-2016 e que envolverão a utilização de verba pública.
Na página, por exemplo, é possível perceber que o trabalho feito até aqui pelos entes públicos está deixando a desejar. Em relatório publicado no dia 7 deste mês referente ao levantamento de informações de 2013, o TCU detecta, por exemplo, a possibilidade da não conclusão no prazo do novo Ladetec (laboratório que será responsável pelos exames antidoping durante a Olimpíada), e uma preocupação com indefinição do que ficará de legado após o evento, entre outros problemas.
Mas não são estes percalços que vêm ao caso neste momento. A questão é que esta ferramenta chamada Fiscaliza Rio 2016 surgiu em uma hora propícia para o que vem acontecendo no país.
O Brasil tinha tudo para estar celebrando a realização da Copa do Mundo de futebol. Mas ao contrário da empolgação com o evento, a impressão que se tem é que a população criou um senso crítico e está incomodada com a gastança em estádios. Ao invés da festa, vieram os protestos.
O site fiscalizador nada mais é do que uma outra opção de informação para este cidadão que não agüenta mais ser enganado pelo governo. Então, foi um golaço dos tribunais.
Fonte: Jornal Lance.
|