RIO - O Tribunal de Contas da União (TCU) decidiu auditar, de forma
preventiva, as despesas do Comitê Organizador Rio 2016, como parte das
medidas de fiscalização dos gastos para os Jogos Olímpicos. Técnicos do
órgão entregaram um ofício à entidade na segunda-feira, solicitando uma
listagem completa dos funcionários, com os respectivos cargos e
salários. Além disso, ela terá que informar quem são seus fornecedores e
quanto paga pela prestação dos serviços.
O
Comitê foi criado em 2010 para planejar o evento, e tem operado no
vermelho, financiado por enquanto com recursos privados de
patrocinadores e de um empréstimo do Comitê Olímpico Internacional
(COI). Cabe à entidade arcar com despesas, como a alimentação de atletas
e voluntários, e a aquisição de equipamentos esportivos.
Mas,
conforme compromisso assumido na campanha de candidatura da cidade à
sede dos Jogos, a União, o governo estadual e a prefeitura do Rio terão
que arcar com eventuais prejuízos na realização do evento. Em valores de
hoje, os três níveis de governo deverão entrar com até R$ 1,8 bilhão
para complementar o orçamento, em recursos ou serviços. Até agora, isso
não foi necessário. Em caso de déficit operacional (acima do limite de
R$ 1,8 bilhão), ele será assumido pela União.
Em 2013, o Comitê
conseguiu, pela primeira vez, um superávit em suas contas, no valor de
R$ 97,8 milhões. No entanto, o resultado não foi suficiente para cobrir o
déficit acumulado nos últimos anos, que havia alcançado mais de R$
149,7 milhões no fim de 2012.
Comitê nega caixa-preta
Devido
aos resultados, as contas da entidade referentes a 2014 começaram com
R$ 51,8 milhões a serem cobertos. Somente as despesas com pessoal
chegaram a R$ 113,2 milhões no ano passado.
O Comitê Rio 2016
informou que repassará ao TCU todos os dados solicitados, que tiverem
amparo legal. A entidade afirma que suas despesas não são uma
caixa-preta, pois as contas são auditadas e estão disponíveis no site da
entidade. Além disso, lembrou que os gastos estratégicos são discutidos
com antecedência com os governos.
Fonte: Jornal O Globo
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