Sancionado sem vetos e publicado nesta quinta-feira em edição
extraordinária do Diário Oficial, o Plano Nacional de Educação
(PNE) está, segundo a presidente Dilma Rousseff, "à altura
dos desafios educacionais do País", estabelecendo, para esse fim,
as diretrizes das políticas públicas na área para os próximos dez
anos e figurando entre as metas a elevação do investimento em
educação para 10% do PIB ao fim do decênio, a erradicação do
analfabetismo, a oferta de educação em tempo integral em no
mínimo 50% das escolas públicas e a elevação do número de matrículas
na pós-graduação, de modo a atingir a titulação anual
de 60 mil mestres e 25 mil doutores.
Nas palavras da presidente, "o PNE permite ampliar as oportunidades,
partindo da educação infantil, passando pela educação
em tempo integral, o crescimento das matrículas da educação
profissional e tecnológica e a ampliação do acesso à educação superior",
bem como "a destinação de 75% dos royalties do petróleo e
50% do Fundo Social do pré-sal (para educação), a qual vai tornar
realidade as metas" nele contidas. O PNE fixa a meta mínima de investimento em educação em
7% do Produto Interno Bruto (PIB) no quinto ano de vigência e de
10% no décimo ano.Atualmente,
são investidos 6,4%
do PIB, de acordo com o
Ministério da Educação,
cujo titular, ministro Henrique
Paim, disse também
estar contando com os referidos
recursos para o
cumprimento das metas,
ainda que reconhecesse
que o governo terá que fazer
um grande esforço para
atingí-las. Nesse sentido, em entrevista
coletiva concedida
nesta quinta-feira sobre a
sanção do PNE, ele afirmou:
"Como temos dez
anos, precisamos fazer
uma grande discussão, verificar
exatamente as fontes
que nós temos e ver no
que é preciso avançar. É
óbvio que a União terá de
fazer um grande esforço,
mas sabemos também que
os estados e municípios terão
que fazer o mesmo,
um esforço conjunto tanto
no cumprimento das metas
como no financiamento". O plano prevê a formação, remuneração e carreira dos professores,
reconhecidas como questões centrais para o cumprimento
das demais metas, verificando-se ainda que, pelo texto, o salário
dos professores da educação básica deverá ser equiparado ao rendimento
médio dos demais profissionais com escolaridade equivalente,
devendo no final de uma década pelo menos metade
desses professores ter pós-graduação, além de assegurar-se o respectivo
acesso à educação continuada. O PNE institui, ademais, avaliação a cada dois anos para
acompanhamento da implementação de suas metas, e por isso
mesmo o ministro informou que o MEC vai anunciar, em breve,
um sistema para garantir tal acompanhamento e também medidas
para dar suporte aos estados e municípios na construção dos
planos de educação. Na extensão e abrangência dos compromissos que erige em relação
ao aprimoramento da estrutura de Educação, para adequá-
la verdadiramente às demandas atuais e potenciais, tais como
a esse respeito podem ser identificadas, o PNE se torna assim,
após quatro anos de tramitação no Congresso e através das 20
principais metas que o texto da lei estabelece, um instrumento
fundamental em nossa estratégia de desenvolvimento, pautado,
pois, nos fundamentos não apenas estritamente econômicos mas,
necessariamente, humanos e sociais que o embasam e realçam
sua importância para o futuro do País.
Fonte: Jornal do Commercio
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