Rio - Prefeitos dos principais municípios produtores de petróleo do
Estado decidiram ontem entrar na Justiça contra o atraso no repasse dos
royalties, maior fontes de arrecadação de boa parte das cidades do Norte
Fluminense e Região dos Lagos. A prefeita de Campos dos Goytacazes,
Rosinha Garotinho (PR), presidente da Organização dos Municípios
Produtores de Petróleo (Ompetro), comandou a reunião, realizada na
Câmara Municipal de Rio das Ostras, para discutir o tema.
A entidade ainda não tem um balanço dos
prejuízos, mas, juntas, as 11 cidades que integram a Ompetro (Armação
dos Búzios, Arraial do Cabo, Cabo Frio, Campos dos Goytacazes,
Carapebus, Casimiro de Abreu, Macaé, Niterói, Quissamã, Rio das Ostras e
São João da Barra) receberam R$ 164,81 milhões em royalties somente em
junho, fora as participações especiais, sobre a produção de petróleo e
gás na Bacia de Campos, segundo dados da Agência Nacional de Petróleo
(ANP). O valor representa mais da metade do que é pago aos municípios do
estado que recebem o benefício (R$ 263,64 milhões).
“Não temos como estimar quanto está
sendo perdido devido a essa demora no repasse por parte do governo
federal nos últimos meses, mas a perda é muito significativa. Algumas
cidades estão recebendo dez, quinze dias depois do prazo. Isso prejudica
a programação dos investimentos dos municípios. Estamos buscando
soluções para uma reprogramação dessa aplicação de dinheiro por parte
das prefeituras”, disse Marcelo Neves, secretário-executivo da Ompetro e
secretário municipal de Petróleo, Energias Alternativas e Inovação
Tecnológica de Campos.
Em Rio das Ostras, a demora tem
levado em média 11 dias, todos os meses, desde dezembro de 2013. O
prejuízo mensal estimado pelo município é de R$ 300 mil, dinheiro que
renderia se os R$ 15,4 milhões do repasse que a cidade recebe fossem
aplicados em instituições bancárias no mesmo período. “Queremos que haja
uma explicação clara e coerente para isso. Esperamos que a Ompetro
realize uma ação para que o repasse dos royalties aconteça o mais rápido
possível. A falta desse dinheiro se reflete diretamente no
desenvolvimento das nossas cidades”, ressaltou o prefeito Alcebíades
Sabino dos Santos (PSC).
Ele explicou ainda que parte dos recursos é
revertida para os trabalhadores. “Queremos criar cursos para qualificar
as pessoas. Quanto mais preparado o empregado está, menos gente as
empresas trarão de outros estados e cidades. Queremos que elas recrutem
mão-de-obra daqui. Para isso, dependemos desse dinheiro”, explicou o
prefeito, um dos que defendiam o ingresso na Justiça para a
regularização dos pagamentos.
Antes mesmo da reunião, a expectativa de
prefeitos, vice-prefeitos, secretários e vereadores presentes era que a
Ompetro entrasse com uma representação junto ao estado, para acionar a
União. A ANP informou que é responsável apenas pelos cálculos dos
royalties, recolhidos pelas empresas produtoras e distribuídos pela
Secretaria do Tesouro Nacional a estados e municípios. Participaram da
reunião os prefeitos de Macaé, Dr. Aluízio (PV), e de Cabo Frio, Alair
Correa (PP), e os vices-prefeitos de Casimiro de Abreu, Pastor Zedequias
da Costa (PT), e de São João Barra, Alexandre Rosa, entre outros.
Fonte: Jornal O Dia
|