TCU propõe uma repactuação com empreiteiras

BRASÍLIA — O presidente do Tribunal de Contas da União (TCU), ministro Augusto Nardes, defendeu nesta segunda-feira que seja feita uma repactuação com as empreiteiras acusadas de participação em um esquema de pagamento de propinas a servidores da Petrobras e que elas não sejam declaradas inidôneas. Segundo Nardes, o TCU buscará um diálogo com a Controladoria Geral da República (CGU) e com o Executivo para que se busque uma solução que não resulte na paralisação das obras tocadas pelas empresas citadas na sétima fase da Operação Lava-Jato.

 

— O impacto tem que ser avaliado. Na verdade tem muitas grandes empresas. Claro que se transformar todas em inidôneas, boa parte das obras pode não continuar. Nessa situação, acho que cabe ao Executivo propor uma discussão para que a gente possa encontrar o caminho para que as obras não parem. O ideal seria uma repactuação — disse Nardes.

Nardes explicou que as repactuações seriam feitas retirando o sobrepreço dos contratos vigentes, devolvendo aos cofres públicos o valor cobrado a mais. Desta forma, defende o ministro, as obras poderão ter continuidade.

— Acho que podem ser feitas repactuações desses contratos retirando o sobrepreço para que possamos trabalhar em conjunto para que as obras continuem. Mas recuperar o que foi cobrado a mais. Acho que é possível, o TCU pode fazer isso e espero também que o governo trabalhe nesse sentido, através da CGU para que a gente possa dar continuidade a essas obras que são extremamente importantes ao país — disse Nardes.

Augusto Nardes afirmou que, se forem interrompidas as obras tocadas pelas empresas investigadas na operação Lava-Jato da Polícia Federal, o país “praticamente para”.

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— Parar todas as obras, o país praticamente para. Gera desempregos, então temos que ter um cuidado muito grande. Repactuar esses contratos seria o caminho ideal e que nós, TCU, podemos trabalhar nesse sentido. Parar todas as obras teria um impacto muito negativo para a nação brasileira — disse o ministro.

Para o ministro, não há necessidade de novos contratos serem automaticamente proibidos com essas empresas. Nardes defende que sejam analisados caso a caso.

— Temos que avaliar caso a caso para ver qual a gravidade. O TCU já está fazendo auditorias, já tomamos decisão importante no caso de Pasadena. Já estão 11 diretores com seus bens sem capacidade de serem mexidos, estão sendo colocados para o país avaliar com uma tomada de contas. Em relação a essas novas denúncias temos que avaliar cada situação — disse.


Fonte: Jornal O Globo
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