O estado do Rio perdeu 47.041 vagas no primeiro trimestre de 2015. A
queda foi puxada pelo comércio, onde houve os maiores cortes: 22.870. Em
seguida, vêm construção civil (12.458), indústria de transformação
(6.304) e o setor de serviços (4.086). Na cidade do Rio, que concentra
45% do PIB estadual — estimado pela Fundação Ceperj em R$ 579,4 bilhões
para 2014 — foram menos 18.450 postos de trabalho.
“A indústria fechou 3.230 vagas, o comércio
perdeu 12.159 e os serviços, 2.919, apesar do sucesso do verão e do
Carnaval, que trouxe um bom contingente de turistas”, disse o economista
Ranulfo Vidigal, que analisou, a pedido do DIA , os dados do Caged (Cadastro Geral de Empregados e Desempregados), divulgados pelo Ministério do Trabalho e Emprego.
Já a construção civil desacelerou,
gerando apenas 344 vagas, mesmo em meio a obras importantes para a
Olimpíada de 2016. “Está claro que a cidade sofre muito com a recessão
no país e a crise de governança da Petrobras”, ressaltou.
Todos os municípios que concentram
polos industriais importantes também tiveram vagas cortadas. Por causa
da crise no Comperj, Itaboraí perdeu 7.917 empregos. Campos dos
Goytacazes, por conta da crise dos royalties que afetou serviços e
programas sociais da prefeitura, cortou 1.674 vagas.
Itaguaí, onde fica o Porto de Sepetiba, perdeu
1.478 postos. Já o pólo siderúrgico de Volta Redonda perdeu 1.259 vagas,
e Duque de Caxias, com sua refinaria, 1.145 vagas. Macaé, a capital do
petróleo, viu desaparecer outras 1.072 vagas. Angra dos Reis e seus
estaleiros perderam 760 vagas e São João da Barra, sede do Porto do Açu,
teve menos 509 vagas.
“A crise é geral e pode se aprofundar mediante a
perda do poder de compra dos salários, fruto da nova alta do dólar
frente ao real, aumento da cesta básica, transportes públicos, luz
elétrica e outros”, afirmou Vidigal.
Em março, o Rio teve um desempenho fraco,
ficando com o quinto lugar entre os estados brasileiros. Foram 156.934
admissões, ante 152.816 desligamentos. “O saldo geral positivo no estado
(4.118 vagas) foi puxado pela capital, que teve mais 3.153 vagas, e por
Macaé, que teve 1.207 mais empregos”, diz o economista.
Fonte: Jornal O Dia
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