Servidores do estado que, apesar da crise, acreditavam num reajuste
anual até o fim de 2015 devem perder as esperanças. O governador Luiz
Fernando Pezão admitiu, ontem, que nem o Executivo nem os demais poderes
do estado darão reajustes até o fim do ano. Pezão disse ainda que os
recursos para o pagamento da segunda parcela do 13º salário ainda não
estão garantidos.
— Em 2015, é impossível (dar reajuste). Já
coloquei para todos os poderes que não tem como fazer nenhum reajuste.
Ainda temos déficit, e a gente quer resolver isso — disse o governador,
durante evento no Engenho Novo. — Já lutei muito para pagar 50% do 13º
salário e vou lutar muito para cobrir a outra parte. Hoje, não tenho
ainda garantia de que vou conseguir essa receita.
A
decisão de não reajustar os salários foi tomada após reunião com
representantes do Tribunal de Justiça (TJ-RJ), do Ministério Público
(MP), do Tribunal de Contas do Estado (TCE), da Defensoria Pública e da
Assembleia Legislativa do Rio (Alerj), no Palácio Guanabara, no último
dia 4. No encontro, convocado para discutir o Orçamento de 2016, foi
debatido o fechamento das contas do governo deste ano e houve o consenso
de que ninguém deveria mandar mensagens ao Legislativo pedindo
reajuste.
Na reunião, o presidente da Alerj, Jorge Picciani (PMDB), ressaltou
que a Casa tem condição de dar aumento a seus servidores sem ferir a Lei
de Responsabilidade Fiscal (LRF), mas garantiu que não o fará para não
causar problemas a outras instituições:
— Os únicos que podem dar
aumento sem ferir a lei são a Alerj e o Tribunal de Contas, porque
estamos abaixo do limite prudencial. Avisei que não vou dar reajuste,
porque isso acionaria um gatilho de pressão maior e ensejaria um
problema para o Judiciário e para o Ministério Público, que estão no
limite, e um problema para o Executivo, que está com dificuldades de
fechar o ano.
Ao abrir mão de reajustar os salários dos servidores
do Legislativo em 2015, Picciani deixou claro que não permitiria a
tramitação de mensagens de reajuste até o fim do ano. E resumiu sua
decisão como “um esforço de equacionamento das contas”.
— Não vou
aprovar reajuste, porque o estado corre o risco de chegar a março e não
ter dinheiro para pagar (os salários). Qualquer aumento, de qualquer
poder, tem que passar na Casa — disse o parlamentar. — É melhor segurar
um pouco os salários e manter os pagamentos em dia do que não ter como
pagar, como o Rio Grande do Sul. Vamos deixar para discutir reajustes no
ano que vem, depois de ter noção mais clara da arrecadação no início do
ano. Em março vou sentar e discutir aumento para os servidores da
assembleia.
Pezão também afirmou que a previsão de reajuste para 2016 depende da arrecadação.
— Não tivemos essa discussão ainda — diz.
Fonte: Jornal Extra
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