O calendário de pagamento dos 460 mil funcionários públicos do Estado
do Rio vai mudar em 2016. Os servidores aposentados e os ativos
receberão até o quinto dia útil de cada mês. E os pensionistas, cerca de
90 mil pessoas, também terão o benefício creditado neste prazo.
Atualmente, os pensionistas recebem nos cinco últimos dias úteis do
próprio mês. Já os inativos têm o crédito feito no primeiro dia útil e
os ativos no segundo dia útil do mês subsequente. As alterações foram
apresentadas pela equipe econômica do estado ao governador Luiz Fernando
Pezão, que ainda não tomou a decisão sobre a mudança.
Houve tentativa de alterar as datas ainda este ano, quando a
arrecadação do estado começou a cair. Contudo, Pezão não quis se
indispor com o funcionalismo e preferiu manter o calendário este ano.
Mas, na avaliação de uma fonte do governo, a decisão terá que ser
revista diante dos reflexos da atual crise no orçamento de 2016.
Um dos maiores temores de Pezão é com as pensionistas, que sofreriam a
maior mudança no novo calendário. Em janeiro de 2016, por exemplo,
receberiam os benefícios somente em fevereiro, dentro do período de
cinco dias úteis. Hoje, o valor líquido da folha dos 90 mil pensionistas
é cerca de R$ 200 milhões, dos aposentados R$ 500 milhões e dos ativos,
R$ 700 milhões.
COMO SERÁ ALTERADO Para mudar o calendário de pagamento será necessário publicar até o fim
do ano uma resolução conjunta das secretarias estaduais de Planejamento e
de Fazenda. A que está em vigor determina as datas de pagamento de
dezembro de 2014 a novembro de 2015 para ativos e aposentados; e de
janeiro a dezembro de 2015 para pensionistas.
FLUXO DE CAIXA A alteração no calendário de pagamento considera também o fluxo de
caixa. Em momento de crise, será um alívio para o governo do estado
deixar de pagar R$ 200 milhões para os pensionistas em janeiro. Alterar
as datas de ativos e aposentados, mesmo que em poucos dias, também
proporcionará mais captação de recursos.
NEGOCIAÇÃO MANTIDA O governo não desistiu de antecipar as receitas de royalties do
petróleo. As negociações com o Banco do Brasil estão em andamento. Não
houve consenso entre as partes sobre os juros cobrados pelo banco e o
prazo de pagamento da dívida. Também não houve interesse de investidores
para compra de títulos no mercado externo.
ANÁLISE PRESENTE O secretário estadual de Fazenda, Júlio Bueno, declarou à coluna que o
governo não tem medido esforços para honrar pagamentos não só com
servidores como também com fornecedores: “A única segurança é a
insegurança. Estamos trabalhando dia e noite para conseguir pôr ordens
nas contas, mas está tudo muito difícil”.
QUEDA NA ARRECADAÇÃO Bueno lamentou ainda o parcelamento dos salários dos servidores, mas
destacou que o governo vem cumprindo todas as obrigações com o
funcionalismo: “Tivemos uma queda gravíssima na arrecadação do estado.
Dependemos de royalties de petróleo e fomos afetados diretamente por
essa crise”.
RENEGOCIAÇÃO O secretário estadual de Fazenda disse ainda que algumas medidas
deveriam ser adotadas para melhorar não só as receitas do Estado do Rio
como também de outros entes da federação. “Entre as medidas que poderiam
ser adotadas está a renegociação das dívidas do estado com a União”,
defendeu Bueno.
PROBLEMA NO TELEFONE — Servidores da Educação
estadual não conseguiram entrar em contato ontem com a pasta. A
secretaria informou que teve problema nas linhas telefônicas e enquanto
busca solução pede para que o contato seja feito por meio da Central de
Relacionamento.
Fonte: Jornal O Dia
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