SÃO PAULO e RIO - A prefeitura do Rio perdeu o grau de investimento - espécie de selo de bom pagador considerado uma referência por investidores - pela agência de classificação de risco Fitch. A nota de crédito da cidade foi reduzida de "BBB-" para "BB". Nas outras agências, o Rio mantém o selo de qualidade definido pelo grau de investimento.
A agência anunciou nesta terça-feira uma série de revisões nas notas de crédito de estados e municípios depois de ter rebaixado a avaliação do Brasil - de "BBB-" para "BB+" no último dia 16, data em que o país perdeu de vez o grau de investimento. Isto porque a Standard & Poor's já tinha tirado o grau de investimento do Brasil em setembro. Apenas a Moody's mantém a avaliação positiva do país, mas analistas avaliam que ela também deve reduzir o país a grau especulativo.
A Fitch não classifica nenhum estado com nota acima do rating soberano do país. Na prática, os estados de São Paulo, Santa Catarina e Paraná perderam o grau de investimento e tiveram a nota revista de "BBB-" para "BB+". A cidade de São Paulo também perdeu o selo de qualidade e teve a avaliação reduzida de "BBB-" para "BB". A agência informou que colocou em perspectiva negativa todos os ratings, de estados e municípios reavaliados hoje, o que indica que suas notas podem ser novamente revistas para baixo.
A cidade de São Paulo perdeu o grau de investimento pela Fitch pouco mais de um mês depois de o ter obtido. No último dia 11 de novembro, a agência havia mudado sua avaliação de "BB+" e concedido à cidade a nota "BBB-", último degrau da escala grau de investimento em escala global.
ESTADO TAMBÉM É REBAIXADO
A Fitch também rebaixou nesta terça as notas de crédito dos estados do Maranhão e do Rio de Janeiro de "BB" para "BB-". No caso do Maranhão, diz nota da Fitch, o estado possui dependência acima da média em relação às transferências da União, que corresponderam a mais de 50% de suas receitas operacionais em 2014.
O rebaixamento do rating do Estado do Rio reflete sua relativamente alta dependência de atividades petrolíferas, segundo a agência.
"Como tem recebido poucos royalties, dada a queda dos preços do produto, a Fitch acredita que o estado precisará se alavancar ainda mais com o suporte do governo federal no que se refere à parcela da União em sua dívida total", diz o texto.
A prefeitura do Rio de Janeiro destacou, por meio de sua assessoria de imprensa, que o rebaixamento pela Fitch é apenas uma consequência do corte na nota do país - e não representa, portanto, uma reavaliação das contas da cidade. A prefeitura disse ainda que observa as decisões de outras agências, como a Moody's, que colocou o rating brasileiro em perspectiva negativa no início de dezembro.
No dia 11 de setembro, a Standard and Poor's já havia retirado o grau de investimento dos estados de São Paulo, Santa Catarina e Minas Gerais, rebaixando as notas de "BBB-" para "BB+". Na mesma avaliação, a agência cortou as notas do Estado do Rio e da capital. O rating do estado já estava na categoria especulativa e saiu de "BB" para "BB+". Já o da cidade do Rio recuou de "BBB" para "BBB-", ainda dentro do grau de investimento. A S&P argumentou que estados e municípios do país enfrentam "crescentes pressões para controlar gastos ou cortar despesas enquanto as receitas afundaram".
Fonte: Jornal O globo
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