Favorecimento no Teleférico
Promotoria conclui que gestão pública beneficiou SuperVia ao não realizar licitação

Um relatório de inquérito, elaborado pela 8ª Promotoria de Justiça de Defesa da Cidadania da capital, concluiu que o governo estadual favoreceu a SuperVia, empresa do grupo Odebrecht Transpor, ao permitir que o teleférico do Complexo do Alemão, na Zona Norte do Rio, fosse explorado pela concessionária sem necessidade de um processo licitatório.

 

O documento lista 13 empenhos pagos pela Secretaria estadual de Transportes (Setrans) em troca do serviço , e diz que apenas entre 2011 e 2014 a empresa recebeu dos cofres públicos R$ 114 milhões.

 

A SuperVia operou o teleférico até março de 2016. A conta pelo custo da operacionalização e administração do teleférico, por todo o período de serviço prestado, foi de mais de R$ 180 milhões.

 

O Ministério Público não concordou com as justificativas apresentadas pela Setrans para explicar a inexigibilidade de licitação que beneficiou a concessionária. Um dos fatos alegados, segundo o inquérito, é que o serviço estaria vinculado aos transportes ferroviário e metroviário. Segundo o MP, ficou evidenciado que a vinculação não existe.

 

Outra razão alegada para a inexigibilidade de licitação era a de que o caráter experimental do serviço possibilitaria este tipo de contratação.

 

Segundo o MP, essa justificativa só poderia ser acolhida por 12 meses, período necessário para realização de um marco regulatório para exploração do serviço.

 

De acordo com o inquérito, só em 2013, dois anos após o início da operação do teleférico, uma empresa foi contratada para realizar o estudo. No entanto, mesmo assim a licitação não foi feita.

 

Assim, o contrato acabou sendo prorrogado até atingir 60 meses de duração. Em novembro de 2015, uma licitação foi feita. No último dia 8, o consórcio Rio Teleféricos, que venceu a concorrência, começou a prestar o serviço.

 

Procurada, a Setrans informou que não foi notificada pelo MP sobre a conclusão do inquérito citado.Também procurada, a SuperVia disse que só Setrans falaria sobre o assunto.

 

Em outra investigação, o Tribunal de Contas do Estado (TCE) concluiu que a SuperVia deixou de repassar aos cofres públicos R$ 6, 8 milhões. O dinheiro seria oriundo da cobrança das tarifas social ( R$ 1) e turística (R $ 5) , nas bilheterias do teleférico, entre 2011 e 2014.

 

O repasse era obrigatório e estava previsto em contrato assinado pela concessionária e Setrans. A Secretaria estadual de Transportes admitiu que ainda deve R$ 14, 5 milhões para SuperVia, referentes a parcelas contratuais em atraso.

 

Fonte: Jornal Extra

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