Os salários referentes ao mês de março de pelo menos parte dos servidores públicos estaduais serão parcelados. Sem dinheiro para a folha de pagamento dos servidores, integrantes do governo vão decidir na tarde desta quarta-feira, em reunião fechada, de que forma será executada a medida.
— Não há recursos — admitiu uma fonte ao GLOBO.
Segundo aliados do governo, Francisco Dornelles deve pagar um teto, que ainda não foi fixado, para todos os servidores, e o valor restante, então, seria parcelado, segundo essa estratégia. O Palácio Guanabara ainda espera que nesta quinta-feira, data em que o estado arrecada recursos de ICMS, possa ter o suficiente para completar a folha de pagamento - o que é considerado improvável. Aos interlocutores, o governador em exercício comenta que “não tem dinheiro” para os salários.
Em entrevista na semana passada, Dornelles disse que bateria o martelo e anunciaria a decisão do governo referente aos salários até esta quinta.
Oficialmente, o governo do estado nega o parcelamento e afirma “todos os esforços” estão sendo feitos para que o pagamento se mantenha no décimo dia útil do mês (dia 14 de abril).
Nesta quarta-feira, funcionários do Detran entraram em greve reivindicando o pagamento imediato dos salários, que deverão ser efetuados, segundo o governo do estado, apenas a partir do dia 14. O motivo do atraso é a crise nas finanças do Executivo. A categoria exige a mudança de calendário do pagamento dos proventos para o primeiro dia útil de cada mês.
Já os policiais civis entraram em estado de greve nesta quarta e devem deflagrar uma paralisação a partir de sexta-feira. Entre as reivindicações, segundo o Sindicato dos Policiais Civis (Sinpol), os servidores querem a volta do calendário de pagamentos no 1º e 2º dia úteis do mês, reajuste acima da inflação do período, 13º salário integral, regularização do pagamento do Regime Adicional de Serviço (RAS) e da premiação por área de redução de crimes. Segundo o vice-presidente do Sinpol, Álvaro Luiz do Nascimento, a falta de estrutura das delegacias é outra questão que prejudica o trabalho dos policiais.
Na próxima segunda-feira, haverá uma reunião do sindicato para avaliar uma possível continuidade do movimento grevista. A Polícia Civil disse, por meio de nota, que a chefia do órgão reconhece a "relevante e nobre" função das representações de classe.
Fonte: Jornal O Globo
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