Promessa de cortes feitas por Pezão ainda não gerou resultado concreto

RIO - Quando a crise financeira do estado se agravou, o governador Luiz Fernando Pezão, agora licenciado para se tratar de um câncer, passou a anunciar uma série de medidas para enxugar a máquina pública e, assim, economizar recursos. Mas, apesar de a situação se tornar mais crítica a cada mês, levando até ao atraso do pagamento de aposentados e pensionistas, muito pouco foi feito. O governo não cumpriu algumas promessas e deixou de concluir outras, consideradas fundamentais para reagir à crise. O dever de casa prometido por Pezão vem sendo protelado.

Entre as iniciativas que ainda não foram colocadas em prática, estão a redução de gastos com aluguéis e a venda de helicópteros. A ideia de levar as secretarias para um prédio recém-construído na Cidade Nova, ao lado do Sambódromo, geraria, de acordo com as contas de Pezão, feitas no início do ano, uma economia de R$ 30 milhões anuais. O governo do estado informou ontem que já foi feito um levantamento sobre os custos com aluguéis, condomínio, limpeza e segurança de 20 órgãos, e que esta contabilidade está em análise.

Sobre os helicópteros, o processo de venda de uma aeronave está em curso. Pezão tinha ainda a intenção de colocar à venda cerca de 300 terrenos, o que não ocorreu. Também não andou o projeto de extinguir autarquias e fundações, retirado da pauta da Assembleia Legislativa (Alerj). A iniciativa poderia gerar economia de R$ 500 milhões por ano.

SERVIDORES PROTESTARAM

Outro plano barrado na Alerj era o de reduzir os subsídios concedidos a concessionárias de transporte. O Executivo previa também aumentar de 11% para 14% a contribuição previdenciária dos servidores, mas a proposta desencadeou uma onda de protestos do funcionalismo.

Por outro lado, a assessoria do governo diz que, no ano passado, reduziu em R$ 1,2 bilhão o valor de custeio, que envolve, por exemplo, contas de telefone e luz e gastos com passagens e diárias. Mas isso ainda é pouco para uma previsão de déficit este ano na casa de R$ 18 bilhões. Secretário da Casa Civil, Leonardo Espíndola diz que nenhum secretário ou subsecretário hoje circula em carros de representação. Ele, que antes andava num Ômega blindado, agora usa um Fiesta do órgão:

— Hoje, o estado gasta em custeio o mesmo que em 2010.

Governador, vice-governador, secretários e subsecretários tiveram seus vencimentos reduzidos em 10%.

Fonte: O Globo
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