A Lei de Responsabilidade Fiscal (LRF) será, a partir de junho, outro
grande fantasma a assombrar o governo do Rio. Já no mês que vem, o
Estado terá 90% de sua receita comprometida com o pagamento da folha dos
servidores, sendo que a LRF impõe um limite de “apenas” 60% de
comprometimento. Portanto, para voltar a respeitar a Lei de
Responsabilidade Fiscal, planejam-se cortes de cargos em comissão e até
exonerações de funcionários públicos.
Hoje, duas possibilidades
estão sobre a mesa. A primeira, prevista pela Constituição Federal
(artigo 169), considera, num primeiro momento, a possibilidade de um
corte de, no mínimo, 20% das despesas com cargos de comissão e funções
de confiança. Em seguida, os não estáveis (ocupantes de cargos em
comissão ou contratados de forma emergencial) podem ser exonerados. Por
fim, os estatutários podem perder seus empregos.
A segunda opção —
essa estudada pelo governo — é um corte linear de 30% nos salários de
todos os servidores ativos, como prevê a LRF (artigo 23). O impasse,
porém, será a interpretação do Supremo Tribunal Federal (STF), de 2012,
que considerou a proposta inconstitucional, por reduzir direitos
adquiridos.
Redução da folha precisa ser feita em quatro meses
O
governo terá quatro meses para reduzir em, no mínimo, 10% seus gastos
com a folha de pagamento. E terá mais quatro meses para reduzir em 20%
esses encargos.
Segundo a Secretaria estadual de Planejamento e
Gestão, hoje, há 8.864 servidores extraquadros (comissionados que não
são efetivos), e o custo desse grupo chega a R$ 30 milhões por mês. O
valor, porém, equivale a apenas 3% da folha mensal de ativos do governo
estadual.
Ainda de acordo com a pasta, há 223 mil servidores
ativos, incluindo os extraquadros. O custo total é de R$ 996 milhões com
esses funcionários.
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