RIO - Começa mais um período de agonia para os servidores do estado. Com a queda da arrecadação e os sucessivos arrestos nas contas do governo, o pagamento dos salários de maio, no 10º dia útil deste mês, como prevê o calendário, corre o risco de ser parcelado, como aconteceu em dezembro do ano passado e com o 13º.

Segundo uma fonte ligada à cúpula do Executivo, o governador em exercício Francisco Dornelles analisa duas opções para pagar ao funcionalismo. Uma seria depositar integralmente no dia 14 (10º dia útil) os vencimentos de quem ganha até R$ 8 mil. Os demais receberiam em duas parcelas, cujas datas não foram definidas. A outra hipótese seria pagar no dia 14 apenas aos servidores da saúde, educação, segurança e de órgãos que contribuem para a arrecadação, como Detran, Detro e Secretaria de Fazenda, por exemplo. O restante teria os vencimentos parcelados.

A Secretaria de Fazenda informou que ainda não há uma decisão sobre como os salários serão quitados. Isso só acontecerá próximo do dia 14, porque o pagamento depende da receita que chega ao caixa do estado. A folha do Executivo passa de R$ 1,5 bilhão. No mês passado, a Justiça determinou um arresto nas contas do estado para que os vencimentos fossem depositados.

GOVERNO É PUNIDO

Outro baque nas contas do estado será o bloqueio, hoje, de R$ 14 milhões, determinado pelo Tesouro Nacional. A sanção foi imposta porque o governo do Rio deixou de pagar uma parcela do empréstimo de 300 milhões de euros contraído com a Agência Francesa de Desenvolvimento (ADF). A prestação venceu no último dia 15. Como o avalista da operação é o governo federal, o dinheiro para os franceses teve que ser dado pelo Tesouro Nacional. A União, então, descontará esse valor do próximo repasse do fundo de participação dos estados, liberado mensalmente.