Rio - O governo estadual vai parcelar o pagamento referente à folha
de maio dos servidores ativos e inativos do Executivo. Alegando
dificuldades financeiras, agravadas com a sucessiva queda na receita, o
estado diz que vai quitar a primeira parcela, de R$ 1 mil, no décimo dia
útil do mês, ou seja, no dia 14 (próxima terça-feira), e mais 50% da
diferença entre o valor líquido dos vencimentos e a parcela de R$ 1 mil.
Ficaram de fora desse parcelamento apenas os profissionais
ativos da Secretaria de Educação, que estão em greve, mas que receberão
seus rendimentos integralmente no dia 14. O pagamento desses servidores
será feito com recursos do Fundo de Manutenção e Desenvolvimento da
Educação Básica (Fundeb), que podem somente ser destinados a servidores
da ativa. Para os inativos da Educação, o crédito será feito da mesma
forma que os demais funcionários do Executivo.
Segundo o governo, com o pagamento da primeira
parcela do funcionalismo no dia 14, o estado vai desembolsar R$ 1,1
bilhão, o que, de acordo com o Palácio Guanabara, correspondente a 70%
da folha de pagamento do mês de maio, que é de R$ 1,568 bilhão. Em nota,
o governo informou que “está concentrando esforços para quitar a
parcela restante no fim deste mês”. A data ainda será anunciada.
Fasp critica medida
Embora
a notícia do parcelamento já tivesse sido ventilada, o comunicado
oficial caiu como uma bomba para o funcionalismo. Advogado da Federação
das Associações dos Servidores (Fasp), Carlos Jund criticou a forma como
o governo tem lidado com os funcionários, “com medidas de última hora” e
que prejudicam a vida, principalmente dos inativos.
Recursos jurídicos
Jund
diz que a Fasp tem esgotado os recursos jurídicos para garantir o
crédito no 3º dia útil do mês. O presidente do TJ, Luiz Fernando
Carvalho, suspendeu liminar nesse sentido e a entidade recorreu. O
pedido seria julgado na sessão de segunda do Órgão Especial, mas
Carvalho encaminhou a ação à Procuradoria do Estado. “Isso protela o
julgamento”.
Volta do calendário
Mesmo
recebendo integralmente, os servidores da Educação criticaram o
governo. “Já é uma categoria com salário defasado. Queremos a volta do
calendário de pagamento, que é pauta da nossa greve”, disse Marcelo
Santana, coordenador-geral do Sepe, entidade que representa a categoria,
em greve há três meses.
Sepe luta por inativo
Outro
ponto criticado por Marcelo Santana é o parcelamento de inativos.
“Lamentamos isso. Os aposentados, que trabalharam tanto e hoje ficam sem
dinheiro para comprar remédio devido a esse descaso”, disse o
sindicalista, que acrescentou: “Falta vontade política do governo. Fica
difícil sair da greve assim”.
Atraso virou 'rotina'
Para
o deputado estadual Luiz Paulo (PSDB), os mais afetados com o atraso do
governo em tomar medidas para recuperar as contas são os servidores:
“Problema no pagamento se tornou rotina”. Ele ressaltou que ações
anunciadas na quinta deveriam ter sido tomadas em 2015 e que só a
renegociação da dívida com a União ajudaria de imediato.
Isenções fiscais
O
deputado do PSol Flávio Serafini criticou o parcelamento de salários e
considera que o estado ainda está fazendo pouco para honrar seus
compromissos com o funcionalismo. “O governo deve rever as isenções
fiscais, que, segundo o TCE, de 2008 para cá, fez o Tesouro deixar de
arrecadar mais de R$ 150 bilhões”, diz.
Fonte: Jornal O Dia
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