O BNDES vai liberar o financiamento para o estado concluir a obra da Linha 4 do metrô assim que houver aval do governo federal. A informação é de Marilene Ramos, diretora do banco. Segundo ela, o departamento jurídico da instituição está estudando que impacto a decretação de estado calamidade no Rio pode ter nos termos do financiamento, uma vez que todo empréstimo do BNDES para um ente público precisa de aval do Tesouro Nacional, conforme a Lei de Responsabilidade Fiscal.
— Dependemos do aval do governo federal. Os recursos do metrô estão reservados, e o trâmite interno já foi feito. Acredito que, entre hoje (ontem) e amanhã (hoje), o governo federal vá se posicionar e, com isso, esperamos ter uma solução — disse Marilene.
O governo do Rio decretou na sexta-feira estado de calamidade pública, o que em tese abre espaço para novos níveis de endividamento e remanejamento das receitas estaduais. A conclusão da linha 4 do metrô, um compromisso para os Jogos Olímpicos, ainda depende de cerca de R$ 1 bilhão.
A expectativa é que, no total, o Rio de Janeiro receba cerca de R$ 3 bilhões para diversas destinações, na forma de empréstimo do BNDES. Desde 2015, o estado tem tentado viabilizar o crédito com o banco, mas as garantias apresentadas são consideradas frágeis.
CRATERAS E CUSTO DOBRADO
A falta de recursos para a conclusão da Linha 4 do metrô é só mais um dos problemas que o projeto de ligação entre Zona Sul e Barra da Tijuca enfrenta. Os trabalhos foram iniciados em 2010 e, em maio de 2014, precisaram ser interrompidos por seis meses: o problema foi causado pelo afundamento do terreno em Ipanema, durante escavações do túnel pelo tatuzão. Duas crateras se abriram na Rua Barão da Torre, assustando moradores e suscitando críticas às obras.
A previsão inicial era que as seis estações da Linha 4 estivessem funcionando até os Jogos Olímpicos. Agora, o terminal da Gávea ficou para 2018. E o metrô deve operar com apenas com cinco estações: Nossa Senhora da Paz, Jardim de Alah, Antero de Quental, São Conrado e Jardim Oceânico. Além disso, o custo da obra dobrou, passando de R$ 5 bilhões para R$ 10,2 bilhões.
Fonte: Jornal O Globo
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