Rio remanejará verba para metrô

RIO - Embora o estado não tenha se pronunciado oficialmente, altas fontes ligadas ao governador em exercício Francisco Dornelles afirmam que, com a autorização do repasse de R$ 2,9 bilhões da União para a segurança nos Jogos Olímpicos, o governo planeja fazer um remanejamento do orçamento para financiar a conclusão da Linha 4 do metrô (Barra-Ipanema). O Palácio Guanabara diz que só vai se manifestar depois de o Planalto publicar uma medida provisória transferindo, efetivamente, os recursos para o Rio. Mas, segundo as fontes, parte dos recursos previstos na Lei de Diretrizes Orçamentárias para a segurança bancaria o metrô, enquanto o dinheiro federal cobriria a retirada de verba do setor.

— É um dinheiro que alivia o caixa do governo e permite pagamentos emergenciais. Na verba federal, não se pode mexer, pois está carimbada para a segurança. Mas é permitido remanejar as receitas do estado — diz uma das fontes.

A medida seria usada para não esperar pelo empréstimo de R$ 989 milhões que o governo tenta com o BNDES para garantir a conclusão da Linha 4. Além de a operação de crédito não estar concretizada, aguardando aval do Tesouro Nacional, ela poderia demorar.

Só para concluir a Linha 4 antes dos Jogos, disse uma das fontes, a estimativa é de que, num primeiro momento, seriam necessários cerca de R$ 500 milhões, metade do empréstimo que o estado pleiteia com o BNDES (o restante do financiamento seria para a Estação Gávea, que ficará para depois dos Jogos). Além disso, parte do orçamento da segurança poderia ser usada em outras áreas consideradas prioritárias, como saúde e pagamento de pessoal.

ATRASOS CHEGAM A R$ 350 MILHÕES

O assunto também foi alvo de conversas após uma reunião do governador, na manhã de ontem, com os presidentes do Tribunal de Contas do Estado, do Ministério Público, do Tribunal de Justiça e da Assembleia Legislativa para discutir o orçamento de 2017. Um dos participantes disse entender que o conceito de segurança na Olimpíada é bastante vasto. Por essa tese, os recursos federais poderiam ser aplicados em outras atividades.

— Ter transporte adequado é uma questão que passa pela segurança pública. A mesma coisa é a garantia de que hospitais do estado tenham medicamentos para atender a população — disse a fonte.

Enquanto não há soluções definitivas, os consórcios Linha 4-Sul e Rio-Barra, responsáveis pelas obras, afirmam que já realizaram serviços na ordem de R$ 350 milhões ainda não pagos pelo estado. As empresas dizem que, até agora, 96% das intervenções estão concluídas. Mas, apesar de haver atrasos nos repasses, os consórcios garantem que as obras não pararam nem diminuíram de ritmo, sendo executadas dentro do cronograma previsto. Os testes na infraestrutura pronta, que começaram em janeiro, também seguem em andamento.

“Os consórcios construtores reconhecem os esforços do governo do estado e confiam que os recursos serão liberados de imediato”, afirmou uma nota do grupo de empresas.

Procurada, a Secretaria estadual de Transportes não confirmou quanto deve aos consórcios do metrô. Mas manteve a previsão de abertura do serviço para 1º de agosto, para atender o público e a família olímpica. Para os Jogos, a previsão é que cinco estações estejam em operação entre Ipanema e Barra: Nossa Senhora da Paz, Jardim de Alah, Antero de Quental, São Conrado e Jardim Oceânico.


Fonte: O globo
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