O Rio vai recuperar a arrecadação de royalties e participação especial
em dois anos, segundo projeção da ANP (Agência Nacional do Petróleo). A
estimativa aponta que em 2018 o Estado vai superar os R$ 10 bilhões de
receita do petróleo.
A análise feita pela agência leva em consideração planos de investimento
das concessionárias enviados ao órgão. Está, portanto, sujeita a
alterações.
A queda abrupta na arrecadação dos royalties é apontada pelo governo como uma das causas para o decreto de calamidade pública publicado na semana passada. A crise também foi causada pelo aumento em despesas correntes, principalmente pessoal.
Os dados da ANP mostram que a queda na receita do petróleo continuará
neste ano. Serão arrecadados R$ 4,5 bilhões, queda de 15% em relação ao
ano passado –redução menos brusca do que a enfrentada em 2015, de 40%.
Ela ocorreu principalmente em razão da baixa do preço do barril de
petróleo, que neste ano atingiu o patamar mais baixo em 12 anos.
A projeção da ANP, feita em março, considera um barril a, em média, US$
40 neste ano e a US$ 50 a partir de 2017. O câmbio médio considerado é
de R$ 4,15 o dólar.
Segundo a ANP, a alta nos royalties começa em 2017, atingindo R$ 7,9
bilhões, chegando a R$ 10,2 bilhões em 2018. Em 2020, essa receita vai a
R$ 12,9 bilhões. Os dados são em valores nominais (sem correção da
inflação).
A alta se deve principalmente ao início da produção em plataformas do
pré-sal. Em nota, a ANP diz que "os fatores que compõem o cálculo dos
royalties estão num momento extremamente volátil".
O Rio viveu o primeiro "boom" na arrecadação dos royalties logo após a
nova lei do petróleo, de 1998, que instituiu uma receita adicional: as
participações especiais.
Combinado com o aumento de produção do petróleo, o Estado teve arrecadação crescente no setor, chegando a R$ 10 bilhões em 2011.
PREVIDÊNCIA
Os recursos do petróleo são usados no Rio para o pagamento de benefícios a aposentados e pensionistas.
Especialistas criticam o uso de uma verba imprevisível em despesas correntes.
O presidente do Rioprevidência, Gustavo Barbosa, afirma concordar com a
tese. Ele diz, porém, que os royalties eram a única saída para cobrir o
rombo do fundo, estimado em R$ 12 bilhões neste ano.
Barbosa disse que o Estado criou em 2013 um fundo para novos servidores
que será sustentável no futuro. Contudo, o órgão ainda precisa pagar por
algumas décadas os benefícios acordados sob o regime antigo.
Fonte: Jornal Folha de S. Paulo
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