Rio - O governador em exercício Francisco Dornelles sancionou o
projeto de lei que reduz a meta fiscal deste ano sem veto à emenda da
Alerj, que proíbe o Executivo de demitir servidor sem antes enviar
proposta à Casa. O texto altera a Lei de Diretrizes Orçamentárias (LDO)
de 2016 e foi enviado ao Legislativo em julho pelo governo. A iniciativa
ajusta o valor da meta fiscal de R$75,7 bilhões (apresentado
inicialmente) para R$ 56,5 bilhões. Além disso, prevê um déficit ainda
maior: de R$ 6,9 bilhões aumentou para R$ 17,8 bilhões.
Assim
que chegou à Alerj, o projeto provocou preocupação entre servidores
ativos e os deputados da Casa. O temor era de que, com o aumento do
déficit, o governo estourasse o limite de gastos com pessoal da Lei de
Responsabilidade Fiscal (LRF). Isso resultaria em demissão de
servidores, começando por comissionados, em seguida em estágio
probatório e, por último, estatutários.
O governo negou a
intenção de demitir os estáveis e funcionários em estágio probatório. No
entanto, mesmo assim, todos os deputados da Alerj acrescentaram ao
texto a emenda que proíbe a dispensa desse pessoal sem que o Executivo
mande projeto de lei para o Legislativo. Dornelles não vetou a emenda,
como mostra publicação de ontem no Diário Oficial.
Intenção é negada
Apesar
de o Legislativo e o funcionalismo terem relacionado a alteração da LDO
2016 com a demissão de servidores, essa intenção foi negada pelo
governo. Na época, a Secretaria de Planejamento (Seplag) informou que o
ajuste da meta fiscal tinha como objetivo ‘corrigir’ a LDO e adequá-la à
Lei de Orçamento Anual (LOA) 2016, já que os valores diferiam.
Alerj barra dispensa
A
emenda ‘proibitiva’ de dispensa de servidores foi elaborada por todos
os deputados. Presidente da Comissão de Tributação da Alerj, Luiz Paulo
(PSDB) ressaltou que, caso o governo envie projeto para a demissão, os
parlamentares não vão aprová-lo. “A Alerj já se posicionou contra isso. A
emenda é de todos os parlamentares e o projeto não vai passar”, diz.
Debate sobre a PEC 241
A
polêmica PEC 241/2016, que limita os gastos no serviço público por 20
anos, foi tema de debate da Comissão de Direitos Humanos e Legislação
Participativa (CDH) do Senado esta semana. O texto limita o aumento dos
gastos públicos à taxa de inflação do ano anterior e afeta
principalmente Saúde e Educação.
'Inconstitucional'
A
maioria dos participantes considerou inconstitucional a redução
orçamentária para Saúde e Educação. Procuradora federal dos Direitos do
Cidadão, Débora Duprat disse que o texto viola o princípio do
não-retrocesso. Afirmou que a situação da saúde já é ruim com a Emenda
Constitucional 86 e fere a Lei Complementar 141/12.
Pressão de servidores
A
PEC afeta o funcionalismo e já é alvo de críticas de entidades
representativas de diversas categorias. De acordo com a Confederação dos
Trabalhadores no Serviço Público Federal (Condsef), o texto vai abrir
caminho para o congelamento de salários e o fim de concursos públicos,
além da falta de investimento no setor público.
Reajuste em setembro
Cerca
de 90% dos servidores do Executivo Federal receberão em setembro a
primeira parcela de reajuste referente a negociação firmada no ano
passado. De acordo com a Condsef, a maioria dos funcionários receberá
média de 10,8%, que será dividido em dois anos (agosto de 2016 e janeiro
de 2017).
Fonte: Jornal O Dia
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