O governador do Rio, Luiz Fernando Pezão, disse nesta quarta-feira,
9, que nem mesmo o ilusionista Mister M resolveria a situação econômica
do Estado, sem recursos, e rechaçou a proposta de intervenção federal,
apresentada por integrantes da bancada fluminense na Câmara dos
Deputados.
“Intervenção para quê? Você pode botar o Mister M lá que não vai
resolver. O dinheiro não vai cair do céu, você não fabrica dinheiro”,
afirmou Pezão, que desde terça-feira faz uma “peregrinação” na capital
federal, em busca de verbas. “Estados e municípios não têm o poder que a
União tem de decretar déficit de R$ 170 bilhões, aprovar no Congresso,
emitir dinheiro e Medida Provisória. Eu queria ter banco e poder emitir
dinheiro.”
Para o deputado federal Hugo Leal (PSB-RJ), coordenador da
bancada do Rio na Câmara, a intervenção federal é a “única saída viável”
para que o governo fluminense tenha condições de pagar o funcionalismo e
manter serviços essenciais. Já o presidente da Câmara, Rodrigo Maia
(DEM-RJ), disse que essa é a “última hipótese colocada” porque uma
intervenção teria efeito negativo para outros Estados e provocaria
insegurança para investidores. Segundo ele, o Tesouro calcula que o Rio
precisaria de um resgate entre R$ 5 bilhões e R$ 10 bilhões para
sobreviver nos próximos 12 meses.
Pezão se reuniu com o presidente Michel Temer e com o ministro da
Fazenda, Henrique Meirelles para pedir ajuda para o Rio. Também
conversou com Maia, com a presidente do Supremo Tribunal Federal, Carmen
Lúcia, e com o ministro das Cidades, Bruno Araújo. Ele disse que o
Estado não suporta mais arcar com as aposentadorias especiais, que
representam 66% da previdência do Rio.
O governador sugeriu o que chamou de “medidas criativas” para
enfrentar a crise, como a securitização da dívida ativa e dos royalties
de petróleo. “Com a securitização, acredito que a gente possa arrecadar
perto de R$ 6 bilhões”, argumentou, negando ter sido “abandonado” por
Temer. Questionado se a justificativa para o governo federal não
socorrer o Rio é a Proposta de Emenda à Constituição que estabelece um
teto para os gastos públicos, em tramitação no Senado, Pezão admitiu que
o ajuste é citado em todas as conversas.
“Já é uma receita. Você bate em todas as portas, entra e é uma
missa: ‘Não tem dinheiro'”, afirmou. “O governo está com dificuldade,
tem um déficit de R$ 170 bilhões, prestes a explodir, e não pode ajudar
só o Rio”.
Pezão acusou o desembargador Custório Barros Tostes, do Tribunal
de Justiça do Rio, que suspendeu a proposta de ajuste enviada à
Assembleia, de ter “interesse” no assunto. O pacote de medidas inclui o
aumento para 30% na contribuição previdenciária dos servidores. As
informações são do jornal
Fonte: O Estado de S. Paulo
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