RIO - Cercada por grades, a Assembleia Legislativa do Rio (Alerj) começa
nesta quarta-feira, 16, a debater as propostas do pacote de ajuste
fiscal anunciado pelo governo estadual. Serão 21 projetos de lei,
incluindo cortes de gastos, extinção de programas sociais, aumento de
impostos e elevação na contribuição previdenciária dos servidores
públicos. No total, o Estado do Rio pretendia ter um impacto positivo de
R$ 27,8 bilhões nas contas de 2017 e 2018, mas o pacote já está R$ 11,8
bilhões menor.
Propostas alternativas serão debatidas ao longo da tramitação dos
projetos de lei envolvidos no pacote. No cronograma da Alerj, as medidas
serão debatidas em sessões ordinárias e extraordinárias de seis dias,
até o próximo dia 30. A ideia do presidente da Alerj, deputado Jorge
Picciani (PMDB), é começar a votar a partir de 6 de dezembro.
“Aí vai se verificar o termômetro, o número de emendas. Vamos
propriamente entrar no processo de negociação de emendas entre governo e
líderes. E daí votamos”, afirmou Picciani ao Estado.
Segundo o presidente da Alerj, os projetos mais polêmicos podem
receber “mais de uma centena” de emendas. A discussão começa por medidas
mais simples, com dois projetos em discussão. Um dos projetos reduz em
30% a remuneração do governador, do vice-governador e dos secretários.
Nos próximos dias, os deputados discutirão medidas polêmicas.
Amanhã, será debatido o projeto que eleva a contribuição previdenciária
dos servidores públicos estaduais de 11% para 14% do salário bruto. A
equipe do governador Luiz Fernando Pezão pretendia arrecadar mais, com
uma elevação emergencial das cobranças, de modo que todos os servidores,
tanto ativos quanto inativos, contribuíssem com 30%. Isso renderia R$
11,8 bilhões para as contas públicas em 2017 e 2018.
Esse projeto, porém, foi devolvido pela Alerj, após uma
manifestação de servidores públicos contrários ao pacote de ajustes
culminar com a invasão do plenário da casa. Segundo Picciani, os
parlamentares consideraram o porcentual de contribuição excessivo. O
governo não reapresentará o projeto.
O setor empresarial não vai ficar de fora. Entre as medidas que
vão à votação está aumento de ICMS, o Imposto sobre Circulação de
Mercadorias e Serviços, de diversos produtos, inclusive sobre tarifas
públicas de energia e de telecomunicação.
Embora nada vá ser votado hoje, sindicatos e associações de
servidores públicos estaduais marcaram novo protesto contra o pacote de
ajuste, em frente à Alerj. O ato foi marcado para as 10 horas pelo
Movimento Unificado dos Servidores Públicos Estaduais (Muspe).
Fonte: O Estado de S. Paulo
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