O funcionalismo federal vai focar todas suas atenções em Brasília
nesta e na próxima semana. O objetivo é pressionar o Congresso para
tentar alterar propostas da Reforma da Previdência que vão afetar os
servidores de todos os Poderes. As queixas são a idade mínima que a
União está propondo — 65 para homens e 62 para mulheres — e o fim da
integralidade (valor da aposentadoria calculado pelo último salário) e
da paridade (reajuste igual para ativos e inativos) para quem ingressou
no serviço público até 2003.
Diversas categorias vão decidir, em
reunião nesta terça-feira do Fórum Nacional dos Servidores Públicos
Federais (Fonasef), em Brasília, o calendário para a próxima semana. Os
servidores prometem percorrer os corredores do Parlamento e o ‘lobby’
deve ser intenso.
Presidente do Sindicato Nacioal dos Auditores
Fiscais do Trabalho (Sinait), Carlos Fernando da Silva Filho disse que a
greve geral e os atos da última sexta-feira mostraram a “força” do
funcionalismo — e dos trabalhadores em geral — e que isso pode resultar
em mudanças de votos no Parlamento.
“O resultado positivo (do movimento de sexta) traz
repercussão da luta para barrar as reformas (citando também a
Trabalhista). Vamos nos reunir para estabelecer estratégias para
continuar o enfrentamento contra as propostas”, declarou o sindicalista,
que acrescentou: “Como tudo tem acontecido de forma acelerada, nossa
resposta é programada na dinâmica desses ataques”.
O diretor
da Confederação dos Trabalhadores no Serviço Público Federal (Condsef)
Josemilton Costa acredita que esta semana aumentará a adesão de
servidores nos movimentos contra a reforma. “Não vamos aceitar a
retirada de direitos conquistados, como a integralidade e a paridade”,
declarou.
Regras mais duras
O relator
da PEC 287/16, deputado Arthur Maia (PPS-BA), apresentou seu
substitutivo no último dia 19. O relatório altera regras de
aposentadoria para servidores e trabalhadores privados. Ele trouxe
regras mais ‘rígidas’ que as do projeto original: retirou o direito à
integralidade e à paridade de servidores que ingressaram no serviço
público antes de 2003.
Entenda a regra
Pelo
texto do relator, funcionários que entraram no serviço público a partir
de 2003 terão benefício correspondente à média de todos os salários de
contribuição desde julho de 1994. Quem ingressou antes de 2003 poderá
optar pela integralidade se atingir a idade mínima (65 para homens e 62
para mulheres). O reajuste será anual pela inflação.
Fonte: Jornal O Dia
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