A Ordem dos Advogados do Brasil (OAB-RJ) deu o primeiro passo ontem para
pedir o afastamento do governador Luiz Fernando Pezão, do PMDB, do
Palácio Guanabara. Nos bastidores, a aprovação do requerimento pelo
conselho para afastar Pezão do cargo é dado como certo. O que deverá ser
decidido é a forma.
Na lista de opções estão: pedir o
impeachment só de Pezão ou de Pezão e o vice Francisco Dornelles na
Assembleia Legislativa (Alerj); requerer a intervenção federal na
Procuradoria-Geral da República ou entrar com uma ação de improbidade
adminsitrativa com pedido de afastamento de Pezão na Justiça.
Motivos não faltam, segundo a Ordem, como a falência do estado, a
explosão da violência e o sistema de saúde que agoniza. A presidente da
Comissão de Direito Constitucional, Vânia Siciliano Aieta, apresentou no
Conselho Seccional, formado por 80 membros com direito a voto - parecer
que aponta para o pedido de impeachment. O martelo será batido em
sessão dia 18.
"A falta de controle prévio das contas públicas,
por parte do governo do estado, com responsabilidade cristalina do Sr.
Governador, (...) gerou lesões irreversíveis ao patrimônio do estado do
Rio de Janeiro, e aptas a justificar o pedido de impeachment", escreveu
Vânia em um dos trechos do parecer.
"Nada impede que as ações
sejam concomitantes. O pior é não fazer nada", afirmou o presidente da
Ordem, Felipe Santa Cruz. Ele anunciou que convocará a bancada de
deputados federais do Rio e senadores, além de representantes da
sociedade civil para discutir sobre a possível 'queda' de Pezão no
próximo 13.
Felipe Santa Cruz também não poupou de críticas ao
presidente da República, Michel Temer. "Com a explosão da violência as
pessoas estão morrendo. Enquanto isso, o Ministério da Justiça anunciou
que vai mandar mais 100 homens da Força Nacional. Isso é uma vergonha. O
governo federal virou as costas para a população do Rio de Janeiro. O
estado está sem liderança", disse.
Governador tem maioria na Alerj
O
governador do estado tem maioria dos deputados na Assembleia
Legislativa (Alerj). O que enfraqueceria a abertura do processo de
impeachment de Pezão na Casa. Ontem, o líder do governo deputado Edson
Albertassi, do PMDB, foi contra a iniciativa.
"Respeito a posição
da OAB, mas não vejo elementos que justifiquem o pedido de impeachment
do governador Pezão ou do vice Dornelles. E esta é uma pauta que não
ajuda em nada ao Estado do Rio a superar a grave crise que vem
atravessando", afirmou o parlamentar em nota.
Procurado, o
presidente da Alerj, Jorge Picciani, do PMDB, afirmou, através de sua
assessoria de imprensa, que está afastado do para se dedicar ao
tratamento de um câncer e que vai aguardar o posicionamento final da
Ordem dos Advogados do Brasil.
Em nota oficial, a assessoria de imprensa do Palácio Guanabara alegou que não comentaria sobre o assunto.
Fonte: Jornal O Dia
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