Não bastassem os atrasos salariais, o funcionalismo estadual ainda
vive a angústia pela espera do pagamento prometido e que, no fim, não
foi feito. Ao todo, 4.500 créditos de servidores ativos e inativos
referentes aos vencimentos de março e abril não foram realizados na
sexta, como fora anunciado pelo governo. A Secretaria de Fazenda
informou que houve “erro no sistema” e garantiu que os depósitos
ocorreriam até hoje.O problema afetou parte dos 208 mil
servidores que aguardavam o salário de março e também alguns que
esperavam o crédito dos rendimentos de abril (como Segurança e
Educação).
Além disso, 40 mil pensionistas passaram pela mesma
situação. O problema foi comunicado ao Rioprevidência no final de
semana. Na ocasião, o órgão também alegou ter ocorrido uma “falha no
sistema” e prometeu a regularização do crédito até ontem
(segunda-feira), mesmo após o expediente bancário.
A coluna
recebeu servidores de diversas categorias — a maioria
técnicos-administrativos da Uerj —, que se queixaram por receber pelo
Bradesco (banco oficial para pagar a folha). “Mesmo assim enfrentamos
problemas. Vivemos um drama a cada dia”, disse uma servidora que não
quis se identificar.
Sem previsão de abril
O
salário de abril deveria ter sido depositado ontem para todo o
funcionalismo, já que o calendário oficial determina o pagamento no 10º
dia útil. No entanto, apenas ativos, inativos e pensionistas da
Segurança (bombeiros militares, agentes penitenciários, policiais civis e
militares) e a Educação (apenas com servidores da ativa) estão com o
crédito do mês previsto. Quem não recebeu sexta, receberá hoje.
O crédito da Educação foi feito com recursos do
Fundeb. Já a Segurança é paga com verbas do Tesouro Estadual. O valor
líquido necessário para quitar os salários desses grupos é de R$ 915
milhões.
Funcionários da Educação e da Segurança
também reclamaram com a coluna não terem recebido na sexta. A Fazenda
ressaltou, em nota, que estava no prazo, já que ontem foi 10º dia útil.
Recuperação fiscal deve ser votada esta semana
O
governador Luiz Fernando Pezão trabalha para que o projeto de
recuperação fiscal seja votado em regime de urgência pelo Senado. Em
suas ‘peregrinações’ que vem fazendo em Brasília para aprovação do
texto, Pezão também chegou a conversar com o presidente da Casa, senador
Eunício Oliveira (PMDB-CE).
O parlamentou se comprometeu a
colocar o projeto em regime de urgência. A expectativa é de que a
proposta vá ao plenário da casa estes dias. Hoje, haverá reunião de
líderes no Senado às 14h sobre os projetos previstos para esta semana.
A
recuperação fiscal está na Comissão de Assuntos Econômicos (CAE) e,
segundo fontes, o parecer deve ser lido direto no plenário. De autoria
do governo federal, o texto suspende por três anos o pagamento das
dívidas do estado com a União. O prazo é prorrogável pelo mesmo período.
Tanto o Executivo do Rio quando a União apostam em maioria
para a aprovação na Casa. E se o texto receber o aval dos parlamentares,
logo deve ser sancionado pelo presidente Michel Temer. Com isso, Pezão
assina o empréstimo de R$ 3,5 bilhões.
Alerj pode votar calamidade até 2018
A
Alerj agendou para a sessão de hoje a votação do projeto do governo que
estende a calamidade financeira do Rio até 2018. O texto aprovado ano
passado dá prazo de até o fim deste ano.
O Executivo justificou a
proposta com a demora na aprovação da recuperação fiscal. No entanto,
líderes partidários apostam que o texto sairá de pauta já que emendas
serão apresentadas. Luiz Paulo, líder do PSDB, por exemplo, vai sugerir
que o governo faça um planejamento, para cobrar créditos que têm com a
União durante a vigência da calamidade.
IPTU e plano de saúde
A
Prefeitura do Rio deve enviar esta semana o projeto de lei que revisa
os valores de IPTU pagos pelos moradores do Rio. Também está prevista
para esta semana uma decisão do Previ-Rio e do Grupo Assim sobre a
migração de 60 mil servidores que têm plano de saúde da Caberj.
A
autarquia trabalha para que o Assim atenda esses funcionários, já que o
contrato com a Caberj expira no fim deste mês e a operadora não aceitou
estender o prazo. A indefinição preocupa ativos, inativos e pensionistas.
Fonte: Jornal O Dia
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