O juiz Marcelo Bretas, da 7.ª Vara Federal Criminal, aceitou ontem
denúncia da força-tarefa da Lava Jato no Rio contra o ex-governador
Sérgio Cabral (PMDB) em supostos desvios na Secretaria de Saúde do
Estado. É a oitava ação penal aberta contra o peemedebista, preso desde
novembro em Bangu, no Rio.
Os procuradores acusam o ex-governador
de ter nomeado a equipe da secretaria especialmente para arrecadar
propinas. "Desde o começo de seu governo, em 2007, Cabral teve o intuito
de montar o esquema fraudulento, em parceria com Sérgio Côrtes
(ex-secretário de Saúde). Ele foi nomeado por Cabral de maneira
preconcebida para transferir o esquema de propina feito quando este era
diretor do Into (Instituto Nacional de Traumatologia e Ortopedia) para a
Secretaria de Saúde", disse o procurador regional da República José
Augusto Vagos.
Também viraram réus Côrtes e o ex-subsecretário
Cesar Romero; os supostos operadores do esquema Carlos Miranda e Luiz
Carlos Bezerra; e os empresários Miguel Iskin e Gustavo Estellita. Eles
são acusados de pagar ou receber propina para fraudar contratos da área.
A denúncia atribui ao grupo os crimes de corrupção passiva e ativa e
organização criminosa.
O esquema na Saúde foi alvo da Operação
Fatura Exposta - segundo investigações, a organização teria arrecadado
R$ 16,2 milhões entre 2007 e 2014. De acordo com a denúncia do
Ministério Público Federal, Cabral ficava com 5% sobre todos os
contratos firmados pelo Estado.
Fonte: O Estado de S. Paulo
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