Para fechar a conta do ajuste fiscal que tem que ser apresentado ao
Tesouro Nacional, o Estado do Rio pretende aumentar sua receita com mais
uma rodada de revisão de incentivos fiscais. Segundo fontes, um novo
corte de despesas também entrará no conjunto de medidas.Conforme a
coluna informou ontem, a recuperação fiscal prevê acerto de R$26
bilhões nos cofres fluminenses este ano, mas ainda faltam cerca de R$ 4
bilhões para o governo Pezão chegar a esse montante. O restante virá de
ações como elevação da alíquota previdenciária, empréstimo, entre
outras.
Os estudos da Secretaria Estadual de Fazenda começaram a
ser apresentados ontem ao Tesouro e as conversas devem se estender ao
longo desta semana. O secretário da pasta, Gustavo Barbosa, e equipe
técnica da Fazenda estão em Brasília para as negociações.
Fechando
esses detalhes e, a partir da sinalização do Tesouro, o estado deve dar
entrada no pedido de adesão ao Regime de Recuperação Fiscal. O plano
suspende o pagamento de dívidas do Rio com a União por três anos —
prorrogáveis pelo mesmo período — e prevê empréstimo bancário de R$ 3,5
bilhões, com aval da União.
A operação financeira terá as
ações da Cedae como garantia, e a modelagem de privatização da companhia
está sendo definida pelo BNDES.
Salário de abril pendente
Enquanto
as negociações com o Tesouro não são concluídas, o estado segue com o
salário de abril pendente para 117 mil servidores. E não há sequer
previsão de pagar os vencimentos de maio, que tinham que ter sido
depositados em 14 de junho (10º dia útil).
Apenas ativos, inativos e pensionistas da Segurança
(bombeiros, agentes penitenciários, policiais civis e PMs) e os
funcionários da ativa da Educação (incluindo o Degase) receberam maio no
10º dia útil. Os ativos da Fazenda também foram pagos e procuradores e
servidores da Procuradoria Geral do Estado (PGE), com verbas próprias.
Funcionalismo da Saúde reivindica plano de cargos
Os
servidores da Saúde estadual estão lutando contra o veto do governador
Luiz Fernando Pezão ao Plano de Cargos e Salários (PCS) da categoria. Ao
sancionar e publicar a lei que formaliza a adesão do Rio ao Regime de
Recuperação Fiscal, em 12 de junho, Pezão vetou emenda que foi
acrescentada ao texto pela Alerj e que determinava ao estado o envio de
proposta de plano em 180 dias.
A justificativa para o veto
foram o vício de iniciativa e limite de gastos com pessoal. Os
servidores, porém, seguem cobrando e tentam derrubar o veto na
Assembleia Legislativa. Eles alegam que houve compromisso do governo e
que os funcionários da pasta são os mais prejudicados, tendo a menor
média salarial do estado.
André Ferraz, da Associação dos
Servidores da Vigilância Sanitária, relatou que a articulação vem sendo
feita e que o secretário da pasta, Luiz Teixeira Jr, deve enviar o plano
ao Palácio Guanabara. A decisão de prosseguir com a medida ficará,
assim, a cargo do governador.
Sem licença ampliada
Servidores
municipais do Rio denunciam que não tiveram a licença-paternidade de 20
dias concedida pela prefeitura, mesmo após a promulgação da lei que
ampliou o prazo do benefício (que era de oito dias) em 14 de junho.
A
extensão do prazo foi proposta pelo vereador do Psol, Renato Cinco,
que, ontem, recebeu em seu gabinete funcionários que passaram por essa
situação. Em nota, a prefeitura afirmou que “no RH geral da prefeitura, a
informação é de que o benefício está sendo concedido”.
Aposentadoria especial
O
Sindicato dos Servidores Públicos do Município do Rio (Sisep-Rio) vai
participar (como amicus curiae) de ação no STF que decidirá sobre a
aposentadoria especial para funcionários deficientes.
A Ação
Direta de Inconstitucionalidade por Omissão (ADO 32) tem abrangência
nacional e foi proposta pelo procurador-geral da República, Rodrigo
Janot, para garantir o direito ao regime especial de aposentadoria ao
servidor público com deficiência. Ainda não há data para o julgamento no
STF.
Fonte: Jornal O Dia
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