BRASÍLIA - Temendo descontrole de recursos públicos na preparação das
Olimpíadas de 2016, o governo federal estabeleceu critérios sobre como
se dará a ajuda federal ao Comitê Organizador dos Jogos Rio 2016,
entidade privada responsável pela competição. Por lei, caberá à União e
aos governos estadual e municipal do Rio bancar eventuais prejuízos dos
organizadores, uma fatura que, conforme o comitê, pode chegar a R$ 1,4
bilhão.
O governo quer condicionar a liberação de verbas públicas à
criação de mecanismos de controle, transparência e estímulo à
concorrência. Como entidade privada, o comitê é imune às exigências da
Lei de Licitações. Uma primeira versão do texto foi apresentada ao
governo estadual e à prefeitura do Rio, que teriam sugerido alterações. A
ideia é que as três esferas adotem os mesmos parâmetros de controle.
O
governo cogitou limitar gastos com pessoal para impedir o uso de verbas
públicas para o pagamento de salários estratosféricos. Pensou-se até em
submeter a folha de pagamentos do comitê ao teto salarial do
funcionalismo público (R$ 26,7 mil por mês).
Aprovada em 2009,
antes da escolha do Rio como cidade-sede, a Lei do Ato Olímpico prevê a
destinação de recursos públicos para cobrir eventuais déficits
operacionais do comitê. Mas o texto não menciona valores. Diz apenas que
os Ministérios do Esporte, do Planejamento e da Fazenda serão ouvidos,
previamente, sobre a destinação de recursos ao Comitê Organizador dos
Jogos Rio 2016".
Para o comitê, a fixação de regras de controle
não representa risco à organização dos jogos. De acordo com o comitê, o
dossiê de candidatura do Rio estipula que cada nível de governo poderá
desembolsar até R$ 460 milhões. O Ministério do Esporte ressalva que
esse valor é mera estimativa. O comitê prevê gastar R$ 5,6 bilhões na
organização dos jogos e afirma que ainda não há estimativa de eventual
déficit. Em nota, o comitê afirma que pretende custear os gastos com
recursos privados e com a venda de ingressos.
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