Câmara conclui aprovação e faz lobby para vincular 40% das emendas à
Saúde
BRASÍLIA
Os deputados concluíram ontem a aprovação na Câmara da Proposta de
Emenda Constitucional (PEC) do Orçamento Impositivo, que obriga o
governo a pagar pelo menos parte das emendas parlamentares apresentadas
ao Orçamento Geral da União. A PEC será votada agora pelo Senado, onde a
batalha ocorrerá em torno do percentual a ser destinado à Saúde. O
Palácio do Planalto tentará mudar o texto para garantir que pelo menos
metade dessas emendas seja obrigatoriamente vinculada a projetos e ações
na área de Saúde. A PEC obriga o governo a pagar as emendas individuais
no valor equivalente a 1% da receita corrente líquida da União, cerca
de R$ 6,8 bilhões, a valores de 2013.
Mas o lobby dos deputados será pela vinculação de, no máximo, 40% das
emendas à Saúde. Ao concluir ontem a votação da PEC no plenário, o
presidente da Câmara, Henrique Eduardo Alves (PMDB-RN), anunciou que
pedirá hoje ao presidente do Senado, Renan Calheiros (PMDB-AL), que os
senadores aprovem a destinação de 40% das emendas impositivas para a
Saúde. O PMDB do Senado, no entanto, já defendia 50% para a Saúde - como
quer o Planalto - antes mesmo da aprovação final na Câmara.
No Senado, o líder do PMDB, Eunício Oliveira (CE), já se antecipou e
apresentou proposta destinando 50% das emendas à Saúde. Durante a
discussão na Câmara, não houve acordo, mas em seguida começou a
negociação para o ajuste no Senado.
- Todos concordaram em que chegássemos a esse valor (de 40% para a
Saúde) para entendimento entre a Câmara e o Senado. É um grande avanço -
disse Henrique Alves.
A ideia é correr com a tramitação no Senado para que as novas regras já
tenham validade na execução do Orçamento da União de 2014. A aprovação
do orçamento impositivo significa uma vitória política do próprio
Henrique Alves, que assumiu a proposta como bandeira de sua campanha ao
comando da Casa - e do PMDB. O governo resistiu muito, mas o projeto
ganhou força no auge da queda de popularidade da presidente Dilma
Rousseff.
- O orçamento impositivo é um clamor dessa Casa por altivez e
independência - comemorou Alves, na votação-relâmpago da proposta.
O orçamento impositivo garante, a valores de hoje, uma cota para cada
parlamentar de cerca de R$ 10,4 milhões.
Fonte: Jornal O Globo
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