O secretário do Tesouro Nacional, Arno Augustin, informou ontem que o
subsídio total concedido pela União aos Estados, por conta das dívidas
renegociadas com base na Lei 9.496/97, foi de R$ 223,71 bilhões até
dezembro de 2012. Com esse dado, apresentado durante audiência pública
na Comissão de Assuntos Econômicos (CAE) do Senado, Augustin procurou
rebater as avaliações de que está ocorrendo uma transferência de
recursos dos governos estaduais para o Tesouro por causa do custo
financeiro das dívidas renegociadas. "Não é verdadeira [a avaliação] de
que a União tenha tido vantagem em relação aos entes federados", disse
Augustin.
Durante a audiência, a Senadora Ana Amélia (PP-RS) solicitou que o
secretário fizesse uma projeção sobre o custo para o Tesouro, neste ano,
da redução das tarifas de energia elétrica. Augustin confirmou
informação publicada pelo Valor de que a conta ficará próxima de R$ 9
bilhões. "Será um número expressivo, possivelmente menor que R$ 9
bilhões", disse. Segundo ele, esse custo não estava previsto, pois o
governo decidiu arcar com a despesa decorrente das usinas térmicas, que
tiveram que ser ligadas, porque o nível das chuvas em 2012 foi
equivalente ao de 2001 - ano em que houve um "apagão" de energia.
O secretário foi convidado para falar sobre a situação do endividamento
dos Estados e municípios e procurou, durante sua exposição, mostrar que
houve uma significativa melhoria na situação fiscal desses entes da
federação nos últimos anos. Segundo ele, a dívida líquida dos Estados
passou de 17,5% do Produto Interno Bruto (PIB) em 2002 para 9,9% do PIB
em 2013. No caso dos municípios, a dívida líquida caiu de 2,4% do PIB em
2002 para 1,8% neste ano.
Ao analisar a evolução do endividamento, Augustin disse que no momento
da renegociação dos débitos estaduais, autorizada pela Lei 9.496/97,
houve subsídio de R$ 97,81 bilhões. Esse montante corresponde às
diferenças entre o valor refinanciado e o valor assumido pela União,
atualizadas pelo IGP-DI. Ocorreu também, segundo o secretário, um
subsídio mensal acumulado de R$ 125,9 bilhões. Esse subsídio é dado
pelas diferenças mensais entre o custo baseado na Selic e os previstos
nos contratos, atualizadas pelo IGP-DI.
Fonte: Valor Econômico
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