Falta transparência na preparação da Copa no Rio

Estado fica com oitava pior nota entre unidades federativas participantes

A falta de transparência na preparação da Copa de 2014 pelo estado e pela cidade do Rio foi ressaltada ontem, pelo Instituto Ethos, num seminário que apresentou os indicadores criados pelo grupo para avaliar esse aspecto nos investimentos públicos para o evento esportivo. Na avaliação dos estados que receberão jogos da Copa, o Rio fez 30,33 pontos, numa escala de 0 a 100. Foi a oitava pior nota entre 11 estados-sede. Na comparação com as outras 12 cidades-sede, o resultado no ranking é melhor, mas só porque o desempenho geral é ruim: o Rio, que fez 14,98 pontos, fica em sexto lugar.

Para avaliar a transparência nas obras da Copa, o Ethos considerou três questões: o conteúdo disponibilizado sobre os investimentos, como editais de licitação e documentos de execução orçamentária; a existência e o funcionamento de canais de informação sobre as obras; e os mecanismos de participação social.

— Não é só com divulgação que se faz transparência. É preciso que haja diálogo, por exemplo, por meio de ouvidorias e audiências públicas. O Rio está mal nesse quesito, assim como outros estados — afirma Felipe Saboya, coordenador de políticas públicas do Instituto Ethos.

Legislação recente

O instituto pretende agora aplicar a mesma metodologia para avaliar a transparência na preparação para as Olimpíadas. O presidente em exercício da Autoridade Pública Olímpica (APO), Elcione Macedo, presente ao seminário, defendeu que a legislação nessa área é recente e ainda não houve tempo de os governos se organizarem. Ele acredita que os órgãos de controle, como o Tribunal de Contas da União (TCU), estão ajudando o Executivo na realização dos projetos esportivos. Macedo afirma que o relatório divulgado anteontem pelo tribunal com problemas na organização dos Jogos é um exemplo disso:

— O TCU fez uma espécie de auditoria para ver como está o processo como um todo. Eles têm a preocupação com a celeridade desse processo, porque atrasos podem gerar surpresas desagradáveis no futuro.

Uma das críticas feitas pelo TCU no relatório é a falta de definição do uso de equipamentos após os Jogos. Segundo Macedo, o Ministério do Esporte promoverá em outubro um seminário no Rio para discutir esse legado. Entre as regiões que receberão competições, a que mais preocupa o TCU é Deodoro. O plano geral do complexo esportivo está em desenvolvimento. A responsabilidade pelo projeto passou do estado para a prefeitura e, segundo nota da Empresa Olímpica Municipal (EOM), "somente no mês passado foi iniciado o processo para assumir a instalação" do complexo.


Fonte: Jornal O GLOBO.

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