Brasília - Após a Lei de Diretrizes Orçamentárias (LDO) de 2014 ter sido
aprovada pelo Congresso quarta-feira à noite, a Comissão Mista de
Orçamento (CMO) realizou sessão já na madrugada de ontem e aprovou o
parecer preliminar do Orçamento da União para 2014, elaborado pelo
deputado Miguel Corrêa (PT-MG). Como na LDO, o parecer preliminar adota
as regras da chamada PEC do Orçamento Impositivo e fixa em R$ 14,6
milhões o valor das emendas individuais. Deste valor, cada deputado ou
senador terá que destinar 50% (ou R$ 7,3 milhões) para ações e serviços
em Saúde.
Essa
regra está prevista na PEC do Orçamento Impositivo, aprovada em dois
turnos no Senado e que voltou agora para última votação, também em dois
turnos, na Câmara. Curiosamente, o valor da cota individual ficou um
pouco menor do que em 2013, que é de R$ 15 milhões. A diferença é que
hoje as emendas não são liberadas; a partir do Orçamento Impositivo, os
recursos terão de ser pagos pelo governo.
Ao
todo, as emendas individuais para os 513 deputados e 81 senadores
custarão em 2014 um total de R$ 8,72 bilhões, que corresponde a 1,2% da
receita corrente líquida da União, percentual estabelecido pela PEC do
Orçamento Impositivo para ser executada obrigatoriamente pelo governo.
Além disso, a proposta prevê que 15% da receita líquida da União vá para
a Saúde.
Com
a aprovação do parecer preliminar, foi aberto prazo para apresentação
de emendas pelos parlamentares até o dia 28. Depois, o relator ainda
terá de apresentar o parecer final. O Congresso resolveu correr com o
Orçamento da União de 2014 para garantir o Orçamento Impositivo já em
2014, ano eleitoral. É uma salvaguarda, caso a PEC não seja aprovada a
tempo. A LDO vai à sanção presidencial, aprovada com quatro meses de
atraso. Já o Orçamento tem um prazo não obrigatório até dia 22 de
dezembro para ser aprovado.
Previsão menor de receitas
Para
custear as emendas individuais e também as coletivas, o relator do
Orçamento inflou a previsão de receitas em R$ 12,11 bilhões, em relação à
previsão inicial do governo. Mas, este ano, a reestimativa foi mais
conservadora, já que, nos anos anteriores, o acréscimo era superior aos
R$ 20 bilhões. Segundo técnicos da CMO, a previsão de receitas enviada
pelo governo federal já foi considerada alta, inflada, o que reduziu a
margem de ampliação.
Além
dos R$ 8,72 bilhões para as emendas individuais, o deputado petista
destinou R$ 5,49 bilhões para emendas que ele mesmo apresentou como
relator, e mais R$ 4,2 bilhões para as chamadas emendas temáticas,
propostas pelos relatores setoriais, R$ 1,9 bilhão para emendas de
bancadas estaduais e mais R$ 1,5 bilhão para emendas de bancadas e
comissões temáticas.(Cristiane Jungblut)
Fonte: Jornal O Globo
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